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Discriminação racial ainda é um problema no Brasil

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Historicamente, o preconceito e a discriminação se perpetuam no país, reforçando a desigualdade social.

Historicamente, a discriminação racial faz parte do Brasil. No início da colonização, os dominadores portugueses e espanhóis traziam negros africanos em navios para que eles servissem de escravos. Subjugada, a cultura negra sofreu todos os tipos de abusos.

Se o passado foi repleto de preconceito, hoje é possível modificar essa realidade. Mais de 50% da população brasileira é composta por negros e pardos, segundo o Censo 2010. E, no próximo dia 21 de março, é celebrado o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, uma data para rever a História e projetar maior aceitação entre as diferentes raças do país.

 

“A cor da pele não define caráter ou capacidades intelectuais. Foto: iStock, Getty Images”

Um dia para combater a discriminação racial

Em 21 de março de 1960, um massacre ocorrido em Johanesburgo, capital da África do Sul, marcou a história mundial. A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu a data como uma lembrança constante da importância de erradicar qualquer forma de discriminação racial.

Cerca de 20 mil negros protestavam contra a Lei do Passe, uma norma que obrigaria a população a portar cartões de identificação. Essa passagem somente seria permitida em locais específicos, segregando as raças da África do Sul.

Ao chegarem ao bairro Shaperville, os manifestantes foram surpreendidos pelo exército, que matou 69 pessoas e deixou outras 186 feridas. O massacre de Shaperville, como ficou conhecido, serviu de inspiração para a Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.

No primeiro artigo da declaração, está definido que deve ser reconhecida como discriminatória qualquer atividade que distinga, exclua ou dê preferências com base em cor, raça, ascendência, origem ética ou nacionalidade. Todos devem ter direito a igualdade, humanidade, liberdade e participação política, econômica, cultural e social.

Os cinco séculos de discriminação em território brasileiro ainda persistem. O país, com mais de 80 milhões de afrodescendentes, caminha para romper o preconceito racial. Ainda assim, são necessárias inúmeras políticas de inclusão e campanhas contra o racismo.

A situação da discriminação racial no Brasil

De acordo com dados do IBGE, as mulheres negras se sentem mais inseguras que outras parcelas da população. Além disso, os negros são a maioria de beneficiários do Bolsa Família. Sete em cada dez residências que recebem o auxílio são compostas por famílias negras.

Nos cargos políticos altos, a discriminação racial também se faz presente. O Brasil já teve presidentes mulatos, embora muitas vezes eles fossem retratados como brancos. Nilo Peçanha, em 1909, foi o primeiro deles. Já no Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa foi o primeiro e único presidente negro, escolhido em 2012.

Um estudo chamado Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou também que o desemprego é maior na população negra. Enquanto os brancos desempregados somam 5,3% da população, os negros representam 6,6%. Entre as mulheres, a situação é ainda pior: 9,2% brancas e mais de 12% negras.

Maioria dos analfabetos no país, chegando a 11,5% da população, os negros também recebem um salário 40% menor em relação aos brancos. Enquanto os brancos têm renda média que ultrapassa os mil reais, a da população negra nem chega a 930 reais.

Ainda é necessário muito trabalho de conscientização para mudar o preconceito racial no país. É importante que datas como essa sirvam para reflexão.

Como você faz para combater o preconceito? Conte para nós!

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