A timidez é um traço de personalidade, o importante é ficarmos atentos a até que ponto essa insegurança prejudica ou não nossa vida.
Não há quem nunca tenha passado por algum momento em que a timidez tomou conta de sua mente em determinada situação e seu corpo de repente travou.
Na maioria das pessoas, a timidez surge como uma inibição inicial em ocasiões de estranhamento e com o tempo vai diminuindo, à medida em que vamos nos familiarizando com o contexto social.
A timidez não é uma doença, mas uma predisposição psicológica natural. Entretanto, se apresentada de forma excessiva, pode derivar em um transtorno mais grave: a fobia social. Este problema interfere no trabalho, na escola e vida social do indivíduo, prejudicando-o gradativamente. Grande parte das pessoas que sofrem disso apresenta os primeiros indícios na infância e, por ser esta a principal fase de formação do homem, a timidez pode se intensificar muito rápido e acarretar reflexos para o resto da vida se não tratada.
Timidez excessiva na infância
Toda criança, muito tímida ou não, passa por fases de retraimento, normais no processo de crescimento. A potencialidade para uma timidez excessiva geralmente se apresenta entre os 5 e 7 anos. Crianças excessivamente tímidas não se divertem e com o decorrer do tempo podem desenvolver transtornos psiquiátricos como transtornos de ansiedade e fobia social.
A criança tímida normalmente tem medo de errar, é muito exigente consigo mesma e teme a reação das outras pessoas. Por isso, evita tomar a iniciativa e prefere ficar isolada, não fazendo amizades. Esta insegurança faz com que precise da ajuda dos pais para tudo.
Ao perceberem que na primeira infância a criança apresenta este traço em sua personalidade, os pais devem apoiá-la e encorajá-la para desenvolver capacidades, competências e segurança na autoestima, evitando ao máximo que a timidez se transforme em um sintoma complexo e mais difícil de ser tratado. Sabe-se que durante a infância os pais são o maior exemplo para os filhos, portanto é importante que se atentem também ao próprio comportamento e olhar que têm sobre si mesmos. Devem analisar se são tímidos ou pessimistas, se têm medo das circunstâncias, se são inseguros e insatisfeitos com as coisas, se tendem a se isolar, se têm poucos amigos, se são super-protetores e ansiosos, se têm pouco convívio social e até mesmo se são muito rígidos, críticos, dominadores e avessos a demonstrações de afeto. É provável que tudo isso influencie muito no comportamento da criança.
Timidez excessiva na adolescência
Na adolescência ocorrem as principais mudanças no corpo e mente do indivíduo. Se há alguma propensão a ansiedades e inseguranças de diferentes gêneros, isto faz com que ele crie uma auto-imagem desfavorável de seu corpo, mesmo que essa imagem distorcida não corresponda à realidade. Nesta fase, a aceitação pelo grupo é essencial e as distorções favorecem o agravamento da timidez e inseguranças sociais.
Mais sobre Timidez excessiva é doença?
As manifestações mais frequentes do jovem que sofre de timidez excessiva são: estado de euforia, atitudes impulsivas de mudança visual (corte de cabelo, regimes, acessórios específicos usados por um grupo, etc) e outras práticas que desinibem sua introspecção. Funcionam como defesa e fuga da realidade e podem decorrer facilmente em uma dependência física.
No corpo do jovem, a timidez excessiva é manifestada pela aceleração do batimento cardíaco, sudorese excessiva nas axilas, pés e mãos e comprometimento dos gestos. O corpo se contorce e a respiração fica difícil devido ao alto grau de ansiedade, podendo acarretar até mesmo a paralisação dos membros.
Timidez excessiva: o que fazer?
Por não ser uma manifestação somente biológica ou psicológica, o tratamento possui várias abordagens. Atualmente o principal tratamento para a timidez excessiva é a terapia cognitivo-comportamental. As principais técnicas são: exposição, reestruturação cognitiva, técnicas de relaxamento e treino de habilidades sociais.
A exposição facilita ao paciente imaginar ou confrontar realmente as situações que quer enfrentar. As técnicas de reestruturação cognitiva orientam o tímido a observar seus pensamentos irracionais e negativos e examinar as evidências favoráveis e contrárias aos pensamentos distorcidos. As técnicas de relaxamento ajudam o paciente a controlar sintomas fisiológicos antes ou durante as situações que a pessoa gostaria de enfrentar tranquilamente. No treinamento de habilidades sociais o tímido pratica técnicas de ensaio comportamental, reforçamento social e treinamento realizado fora da sessão.
A arteterapia, a musicoterapia e outras terapias alternativas são atividades importantes como opções para aumentar a autoestima, a expressividade e a criatividade do indivíduo.