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Yoga da raiva usa palavrões para combater o estresse

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Xingamentos funcionam como um mecanismo antiestresse.

Soltar um palavrão atrás do outro, daqueles que fariam sua vó mandar você lavar a boca com sabão. Dizer cobras e lagartos mesmo. Atire a primeira pedra quem nunca fez isso ou, ao menos, teve vontade de berrar alguns impropérios para si mesmo ou para o chefe depois do expediente. Agora, já pensou descarregar a tensão dessa maneira em uma sessão de yoga da raiva?

É isso mesmo. Pode parecer loucura, mas é verdade. Com o intuito de pegar o ambiente zen de uma aula convencional de meditação e virá-lo de cabeça para baixo, um grupo de amigos de Calgary, no Canadá, vem promovendo encontros em que a ordem é gritar e soltar palavrões entre uma asana e outra – e ainda por cima tomar uma cerveja depois.

Soltar palavrões funciona como uma resposta ao estresse. Foto: iStock, Getty Images

Como funciona a yoga da raiva

Uma das criadoras da Rage Yoga é a instrutora de alongamento Lidsay Istace. Segundo ela, a ideia de criar essa modalidade alternativa surgiu durante um período de recuperação de um fim de namoro, quando soltar impropérios fazia parte da sua prática diária, entre um exercício e outro.

Hoje, mais organizado, esse tipo de yoga tem até site. Nele, Lidsay e os outros organizadores anunciam o que é preciso levar na mochila para aula. No kit não pode faltar linguagem chula, risadas e molecagens.

Com o objetivo de melhorar a saúde e a forma física, cada sessão tem o preço equivalente a R$ 33 por hora, com direito a um desconto nas duas primeiras cervejas. Infelizmente, a yoga da raiva ainda não se popularizou muito no Brasil, mas quem sabe não vire a próxima tendência nacional?

A ciência e os palavrões

Por ser um ramo de atividade física recente, ainda não existe nenhum estudo específico sobre esse estilo alternativo de meditação. No entanto, os palavrões – um dos principais combustíveis da yoga da raiva -, já são foco da ciência há algum tempo.

Estudos realizados nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, na Itália e na Nova Zelândia, por exemplo,  indicam que uma linguagem mais pesada ajuda a aumentar a tolerância à dor, nos faz parecer mais persuasivos no ambiente de trabalho e, dependendo do círculo social, cria uma sensação de solidariedade.

Outra pesquisa, essa realizada pelo psicólogo Richard Stephens, da Universidade Keele, na Grã-Bretanha, mostrou que xingamentos ajudam a disparar um mecanismo de resposta ao estresse.

Segundo Stephens, existem evidências que ligam o ato de xingar a diferentes áreas do cérebro que processam a linguagem. Para ele, a ideia de combinar atividades de conscientização com palavrões é bastante criativa.

Em entrevista à BBC Brasil, ele disse que o ato pode ter um efeito terapêutico, se for realizado em um ambiente totalmente novo. Outro ponto positivo salientado pelo psicólogo é que, como em um ambiente de relaxamento não se espera esse tipo de linguajar, o susto de ouvir palavrões fora de contexto pode provocar risos.

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