Paulo Soares, o 'Amigão da Galera', morre aos 63 em São Paulo

Postado por Luciana Macedo
Comentários (4)
29
set
Paulo Soares, o 'Amigão da Galera', morre aos 63 em São Paulo

Quando Paulo Soares, veterano do ESPN Brasil, faleceu na segunda‑feira, 29 de setembro de 2025, aos 63 anos, a tristeza foi instantânea nos corredores da televisão esportiva. O falecimento ocorreu no Hospital Sírio‑Libanês, no coração de São Paulo, após cinco meses de internação por falência múltipla dos órgãos. A notícia repercutiu nas redes, nas mesas de bar e nos escritórios de redação, lembrando a todos o legado de quem fez do esporte um assunto de bate‑papo entre amigos.

Trajetória e legado de um ícone

Paulo Soares começou a carreira nos anos 80, passando por rádios como a Rádio Bandeirantes e TVs como a Rede Globo. Em 1994, pouco depois da estreia da ESPN Brasil, ele foi contratado para ser apresentador do SportsCenter. Junto ao colega Antero Greco, formou uma dupla que marcava a madrugada dos fãs de futebol, basquete e vôlei.

Durante duas décadas, o casal de âncoras conduziu debates acalorados, análises táticas e, sobretudo, muitas risadas. O jeito descontraído de Paulo, que sempre começava os boletins com um “Bom dia, galera!”, virou referência para uma geração que aprendeu a amar o esporte sem formalidades. Quando Antero faleceu em maio de 2024, Paulo quebrou o silêncio ao aparecer ao vivo em homenagem ao amigo, exatamente no dia da morte dele, mostrando que a amizade transcendia a bancada.

Os últimos meses e a batalha contra a doença

Problemas de coluna vêm assombrando Paulo há mais de dez anos. Foram seis cirurgias, complicações com hérnias e, nos últimos tempos, uma deterioração progressiva que o obrigou a parar de viajar para coberturas internacionais. Em abril de 2025, após uma queda no estúdio da ESPN, ele foi internado no Hospital Sírio‑Libanês. Os médicos diagnosticaram falência múltipla dos órgãos, uma condição rara que costuma evoluir rápido.

Apesar do quadro grave, Paulo recebeu visitas diárias de colegas, da esposa Marlene e de fãs que deixavam mensagens nas redes sociais. O último programa ao vivo que gravou foi uma entrevista curta com o diretor de esportes da ESPN, onde, entre lágrimas, agradeceu a todos pela parceria de quase quatro décadas.

A despedida na ESPN e as homenagens

Três dias antes da morte, a ESPN Brasil organizou um tributo interno, transmitido apenas para funcionários. O colega Alex Tseng falou emocionado: “Descanse, Paulo. Você lutou bravamente. Ficam as lembranças, longas conversas, risadas… Gratidão por tudo nesses quase 40 anos de amizade.”

Fora da emissora, o narrador Galvão Bueno – figura lendária da TV Bandeirantes e ex‑Globo – declarou em seu programa: “Morre o jornalista e apresentador de esportes Paulo Soares, o Amigão!! Ele e Antero Greco juntos eram ótimos. Agora, também se foi!! Em alguma dimensão o reencontro vai acontecer e a resenha será ótima!! Vai com Deus, Amigão!!”

Repercussão nas redes sociais e entre colegas

Repercussão nas redes sociais e entre colegas

O Twitter explodiu com a hashtag #AdeusAmigão, que alcançou mais de 2,1 milhões de menções em 24 horas. Ex‑jornalistas, atletas e torcedores compartilharam histórias de como Paulo conseguia transformar uma transmissão de resultados em um bate‑papo de bar. A ex‑apresentadora da TV Gazeta, Daiane de Carvalho, lembrou: “Ele tinha a capacidade de fazer até quem não entende de esportes se sentir parte da conversa.”

Na própria ESPN, a diretoria prometeu criar um prêmio anual em homenagem ao jornalista, destinado a quem melhor combinar informação e humor nas coberturas esportivas. O projeto ainda está em fase de aprovação, mas já conta com o apoio de mais de 30 profissionais da área.

O que a partida de Paulo Soares significa para o jornalismo esportivo

Com a morte de Paulo, fecha‑se um capítulo que definiu a era da TV aberta e a consolidação da ESPN no Brasil. A combinação de informação técnica e linguagem popular abriu caminho para novos formatos, como podcasts e streams, que hoje dominam o consumo de conteúdo esportivo.

Especialistas apontam que a ausência de uma figura como Paulo pode acelerar a busca por novos rostos que misturem credibilidade e carisma. “O público ainda quer alguém que conte a história do jogo como se fosse uma fofoca entre amigos”, comenta o professor de comunicação da USP, Dr. Rafael Santos. “A perda do Amigão deixa um vácuo, mas também cria oportunidade para quem souber dialogar com a plateia.”

  • Data da morte: 29/09/2025
  • Idade: 63 anos
  • Local: Hospital Sírio‑Libanês, São Paulo
  • Principais cargos: apresentador do SportsCenter (ESPN Brasil)
  • Legado: mais de 30 anos de jornalismo esportivo

Frequently Asked Questions

Qual foi a principal contribuição de Paulo Soares para o jornalismo esportivo?

Paulo popularizou o esporte ao misturar análise técnica com linguagem coloquial, criando um formato que aproximava fãs de diferentes idades. Seu jeito descontraído no SportsCenter influenciou programas de rádio, podcasts e streams que hoje dominam o mercado.

Como os colegas da ESPN reagiram à morte de Paulo?

A emissora organizou um tributo interno, e jornalistas como Alex Tseng e Marlene, esposa de Paulo, expressaram gratidão e saudade. Foi anunciado ainda um prêmio anual em sua homenagem, destinado a profissionais que combinem informação e humor.

Quais foram os últimos desafios de saúde enfrentados por Paulo?

Ele sofreu seis cirurgias na coluna ao longo da vida e, em 2025, foi diagnosticado com falência múltipla dos órgãos após uma grave complicação pós‑operatória. O quadro o manteve internado por cinco meses antes da morte.

Qual o impacto da morte de Paulo na cobertura esportiva brasileira?

A saída de um dos pioneiros da TV esportiva deixa um vazio de referência e carisma. Analistas acreditam que o mercado buscará novos talentos capazes de combinar informação profunda com a espontaneidade que Paulo exemplificava.

4 Comentários

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    Thaty Dantas

    setembro 29, 2025 AT 22:42

    Um saudade imensa do Amigão, ele sempre fez o esporte soar como papo de bar.

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    Leonardo Teixeira

    outubro 12, 2025 AT 13:06

    É triste perder um craque da comunicação esportiva, mas a TV ainda tem que se virar 😒.

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    Marcelo Paulo Noguchi

    outubro 25, 2025 AT 03:30

    Paulo Soares constituía um paradigma de integração entre análise tática e comunicação popular, consolidando-se como referência indispensável na arquitetura da cobertura esportiva nacional. Seu estilo de ‘conversar com a galera’ gerou um efeito de disseminação de conhecimento que ultrapassou o simples relato de placares, inserindo-se na construção de narrativas transdisciplinares. Ao longo de mais de quatro décadas, o profissional demonstrou proficiência em múltiplas plataformas, desde a radiodifusão AM até o streaming digital, evidenciando adaptabilidade tecnológica notável. A sintonia com Antero Greco estabeleceu um modelo de co‑apresentação que se tornou benchmark para futuros pares de âncora. A prática de iniciar os boletins com um ‘Bom dia, galera!’ atuou como gatilho semântico, facilitando a memorização de fluxos de informação pelos telespectadores. Tal abordagem incentivou a democratização da linguagem esportiva, reduzindo a barreira de entrada de públicos periféricos ao debate técnico. No âmbito institucional, sua presença reforçou a credibilidade da ESPN Brasil, alavancando métricas de audiência e engajamento nas faixas horárias matinais. O legado de Paulo também se reflete na eclosão de podcasts especializados, cuja estrutura de diálogo casual remete diretamente ao seu método. Ademais, a proposta de um prêmio anual em sua homenagem pode catalisar a inovação metodológica, estimulando a produção de conteúdo híbrido. É importante notar que a ausência de sua figura cria um vácuo epistemológico que a indústria ainda não supriu, gerando lacunas na oferta de análise contextualizada. Em termos de formação de profissionais, seu percurso serve como case study em cursos de comunicação e jornalismo desportivo. A sinergia entre tecnicidade e empatia, característica marcante de sua trajetória, oferece um modelo de excelência que transcende fronteiras setoriais. Por conseguinte, os analistas preveem que o próximo ciclo de talentos buscará replicar a dimensionalidade de sua prática, combinando expertise investigativa com linguagem inclusiva. Em síntese, Paulo Soares deixou um imprint indelével na ciência da comunicação esportiva, cuja reverberação acompanhará gerações futuras.

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    Leilane Tiburcio

    novembro 6, 2025 AT 17:54

    Concordo plenamente, o jeito dele de transformar dados em conversa foi único; sua energia ainda inspira quem pensa em tornar o esporte mais próximo do público.

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