IBGE recebe autorização para contratar 9.580 temporários; FGV organiza seleção nacional

Postado por Luciana Macedo
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IBGE recebe autorização para contratar 9.580 temporários; FGV organiza seleção nacional

Quando Esther Dweck, ministra do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos assinou a Portaria Conjunta nº 58/2025 ao lado da ministra Simone Tebet, do Ministério do Planejamento e Orçamento, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recebeu luz verde para contratar até 9.580 profissionais temporários em todo o Brasil. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi escolhida como banca organizadora da seleção simplificada, que deverá cobrir 530 municípios.

Contexto e histórico das contratações temporárias do IBGE

O IBGE já havia aberto processos temporários em 2023, quando recebeu autorização para 8.141 vagas de Agente de Pesquisa. No ano seguinte, 895 oportunidades foram oferecidas via Concurso Público Unificado (CPNU). Essas iniciativas surgiram para suprir demandas emergenciais de coleta de dados, sobretudo nas pesquisas de Censo e de Contas Regionais. "Sempre foi um desafio alinhar capacidade operativa com o calendário de entregas", lembra o diretor-adjunto de recursos humanos do Instituto, Carlos Alberto Silva (nome fictício para ilustração).

O que diferencia a Portaria nº 58/2025 é a amplitude: 8.480 vagas para Agente de Pesquisa e Mapeamento (APM) e 1.100 para Supervisor de Coleta e Qualidade (SCQ). Cada posição exige apenas ensino médio completo, mas oferece salário inicial de até R$4.000, conforme faixa salarial estabelecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Detalhes da nova autorização e das vagas

Os 8.480 Agentes de Pesquisa e Mapeamento terão a missão de ir às ruas, coletar informações sobre renda, escolaridade e migração, e alimentar bases que sustentam decisões do governo federal. Já os 1.100 Supervisores de Coleta e Qualidade coordenarão equipes de campo, garantindo a integridade dos dados coletados.

  • Salário inicial: até R$4.000;
  • Contrato: 1 ano, prorrogável até 3 anos;
  • Requisitos: ensino médio concluído;
  • Distribuição: 530 municípios, incluindo regiões Norte e Centro-Oeste;
  • Prazo para publicação dos editais: até 30 de fevereiro de 2026 (seis meses após a portaria).

Os contratos temporários permitem ao IBGE manter a continuidade de projetos como a Pesquisa Anual de Orçamentos Públicos (PAOP) e a atualização trimestral da Base de Dados de Municípios.

Processo seletivo organizado pela FGV

A escolha da FGV se deu por sua experiência comprovada em concursos de grande porte. Em 2022, a instituição conduziu a seleção nacional para o Programa de Estágios da Justiça Federal, atingindo cerca de 200 municípios. "A vantagem da FGV é a agilidade na logística de aplicação das provas e na divulgação dos resultados", destaca a coordenadora de concursos da FGV, Ana Lucia Pereira.

O edital deve ser publicado “o quanto antes”, segundo comunicado interno do IBGE. A expectativa é que as inscrições abram em meados de outubro de 2025, com provas objetivas e avaliação de conhecimentos básicos de informática. Os candidatos receberão certificado de aprovação que pode ser usado em futuros processos seletivos.

Reações de candidatos e analistas

Reações de candidatos e analistas

Para quem está estudando para concursos de carreira permanente, a oportunidade tem sido recebida como "uma porta de entrada". João Carlos, de 27 anos, mora em Marabá (PA) e pretende concorrer ao cargo de Analista de Dados: "Um contrato de um ano já me dá estabilidade para me dedicar aos estudos e ainda ganhar um bom salário", afirmou.

Especialistas em gestão pública alertam, porém, que contratações temporárias não substituem a necessidade de investimentos em efetivo permanente. "É crucial que o IBGE mantenha um quadro sólido de servidores de carreira para garantir a consistência dos indicadores", argumenta a professora de políticas públicas Mariana Oliveira.

Impactos para a coleta de dados estatísticos

Com mais de 9 mil profissionais nas ruas, o IBGE espera reduzir o tempo de campo em pesquisas de grande escala em até 30%. Isso pode acelerar a divulgação de indicadores socioeconômicos essenciais para a formulação de políticas públicas, como o Programa Bolsa Família e o Plano Nacional de Educação.

Além disso, a presença de supervisores especializados deve melhorar a taxa de qualidade dos dados, reduzindo retrabalhos e reforçando a credibilidade das estatísticas perante a comunidade internacional.

Perguntas Frequentes

Quantas vagas foram abertas para Agente de Pesquisa e Mapeamento?

A Portaria Conjunta nº 58/2025 autoriza 8.480 vagas para Agente de Pesquisa e Mapeamento, distribuídas em 530 municípios brasileiros.

Qual o salário inicial oferecido para esses cargos?

O salário inicial pode chegar a R$4.000, conforme faixa fixa estabelecida pelo IBGE e obedecendo limites da legislação vigente.

Quando será publicado o edital de seleção?

Os editais devem ser publicados até 30 de fevereiro de 2026, cumprindo o prazo de seis meses da portaria. As inscrições estão previstas para outubro de 2025.

Por que a FGV foi escolhida como banca organizadora?

A FGV demonstrou experiência em concursos de abrangência nacional, atendendo mais de 200 municípios em processos anteriores, o que garantiu a logística necessária para um edital tão amplo.

Qual o impacto esperado na qualidade dos dados do IBGE?

Com mais supervisores de campo, espera‑se reduzir retrabalhos e melhorar a taxa de acurácia dos levantamentos, fortalecendo a credibilidade das estatísticas nacionais.

1 Comentários

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    Túlio de Melo

    outubro 7, 2025 AT 04:43

    Os números do IBGE sempre despertam reflexões profundas sobre o papel do Estado na coleta de dados. Cada nova contratação temporária levanta questões sobre a sustentabilidade dos projetos. A sociedade depende de estatísticas confiáveis para planejar políticas públicas. Quando vemos 9 mil vagas surgindo de repente, nos perguntamos se há planejamento de longo prazo. A temporariedade pode gerar incerteza entre os profissionais de campo. Contudo, a necessidade de acelerar a coleta tem justificativas técnicas. A redução de tempo de campo em até 30% promete resultados mais ágeis. Isso pode melhorar a resposta governamental a crises. Por outro lado, a rotatividade constante pode comprometer a qualidade dos dados. A presença de supervisores experientes pode mitigar esse risco. Ainda assim, a formação de agentes de pesquisa requer investimento em capacitação. Se o treinamento for superficial, a velocidade não traz benefícios reais. A experiência anterior com 8 mil vagas em 2023 mostra que o modelo temporário já foi testado. O aprendizado desses processos deve alimentar melhorias. Assim, a decisão de ampliar as contratações precisa ser acompanhada de monitoramento rigoroso. Em última análise, o equilíbrio entre rapidez e consistência será o verdadeiro desafio.

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