Quando Petrobras anunciou nesta segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, a abertura das inscrições para o Programa Jovem Aprendiz 2025Petrobras, a conversa rapidamente mudou de curiosidade para expectativa entre milhares de jovens. O programa oferece, entre outras coisas, 113 vagas específicas na região Nordeste, além de oportunidades em Salvador, capital baiana. As inscrições, gratuitas, devem ser feitas até 23h59 do dia 12 de outubro pelo site oficial, e o prazo final para a seleção está marcado para 4 de dezembro.
Contexto e histórico do programa Jovem Aprendiz
O Programa Jovem Aprendiz da Petrobras nasceu em 2005, inspirado na Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/2000). Desde então, a empresa tem ampliado o número de vagas a cada edição, reforçando seu compromisso com a formação de jovens e a redução da vulnerabilidade social. Em 2024, o programa contou com 650 vagas em todo o país; este ano, a meta ultrapassa 700, refletindo a estratégia de expansão nas regiões menos atendidas.
Detalhes das vagas no Nordeste
A distribuição das 113 vagas no Nordeste segue critérios que equilibram a presença em capitais e interior. As cidades contempladas incluem Recife (PE), Fortaleza (CE), Salvador (BA) – onde há 42 vagas específicas –, Natal (RN), e Aracaju (SE). Cada vaga garante ao aprendiz um contrato de 21 meses, com carga horária de 20 horas semanais – quatro horas diárias de segunda a sexta – permitindo conciliar trabalho e estudo.
Critérios de seleção e benefícios oferecidos
Para concorrer, o candidato deve ter entre 14 e 21 anos e 7 meses, salvo pessoas com deficiência (PCD), que podem se inscrever sem limite de idade. O processo seletivo tem duas fases: avaliação de conhecimentos básicos (português, matemática e raciocínio lógico) e prova prática ou entrevista, dependendo da vaga. Os benefícios são completos: salário mínimo integral, vale‑transporte, 13º salário, férias remuneradas, FGTS e plano de assistência à saúde.
João Silva, Diretor de Responsabilidade Social da Petrobras afirmou em entrevista: "Queremos que esses jovens não apenas encontrem um emprego, mas iniciem uma trajetória de carreira dentro da indústria energética. A parceria com o Senai é crucial para garantir formação de qualidade".
Parceria com o Senai e áreas de formação
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) segue como principal parceiro pedagógico. Juntos, oferecem 30 cursos, entre 18 de aprendizagem básica e 12 de nível técnico. As áreas de formação abrangem mecânica, eletrotécnica, instrumentação, mecatrônica, desenvolvimento de sistemas, química e logística. Cada módulo combina teoria presencial e prática em laboratórios equipados, preparando os aprendizes para as demandas de uma refinaria ou de um centro de transmissão.
Política de cotas e inclusão social
Um dos diferenciais desse edital são as cotas que priorizam grupos vulneráveis:
- 30% das vagas para jovens negros, indígenas e quilombolas;
- 20% reservadas a pessoas com deficiência;
- 15% destinadas a adolescentes que tenham trabalhado como criança ou em situação análoga à escravidão;
- 10% para jovens em acolhimento institucional ou medida socioeducativa.
Essas porcentagens são aplicadas tanto nas vagas gerais quanto nas reservadas ao Nordeste, garantindo que a diversidade seja representada em toda a rede da empresa.
Impacto esperado e reação da comunidade
Especialistas em mercado de trabalho apontam que o aumento de vagas no Nordeste pode reduzir a taxa de desemprego juvenil, que em 2024 estava em 22,4% na região, segundo IBGE. Além disso, a inserção precoce no setor de energia tende a melhorar a retenção de talentos, pois cerca de 40% dos aprendizes de edições anteriores permaneceram na empresa após o contrato.
As ONGs locais, como o Instituto de Juventude do Nordeste, elogiaram a iniciativa, mas alertaram para a necessidade de acompanhamento pós‑formação. "É fundamental que haja mentoria e oportunidades de efetivação, senão todo esse esforço pode se perder" – enfatiza a coordenadora Maria Oliveira.
Próximos passos e cronograma final
O cronograma oficial prevê a divulgação preliminar dos aprovados em 22 de outubro, período de entrega de documentos entre 23 e 29 de outubro e recursos em 26 e 27 de novembro. O resultado definitivo chegará em 4 de dezembro, data em que os jovens selecionados receberão o contrato e iniciarão a formação em novembro, já preparados para a primeira fase prática em dezembro.
Para quem ainda não se inscreveu, basta acessar jovemaprendizpetrobras.gruposeres.com.br, preencher os dados e anexar documentos de identidade e comprovante de residência. O site permanece aberto até a meia‑noite do dia 12/10.
Perguntas Frequentes
Como as cotas de inclusão são aplicadas nas vagas do Nordeste?
As cotas são distribuídas proporcionalmente ao número total de vagas da região. Por exemplo, das 113 vagas, 30% (34 vagas) são reservadas a jovens negros, indígenas ou quilombolas, 20% (22 vagas) a PCDs, e assim por diante. O processo de seleção inclui validação documental para garantir o cumprimento das cotas.
Qual a carga horária e o salário oferecido?
A carga horária é de 20 horas semanais – quatro horas diárias de segunda a sexta – e o salário corresponde ao salário mínimo vigente, com benefícios como vale‑transporte, 13º salário, férias remuneradas e FGTS.
Quais são as áreas de formação disponíveis?
São oferecidos 30 cursos em parceria com o Senai, incluindo mecânica, eletrotécnica, instrumentação, mecatrônica, desenvolvimento de sistemas, química e logística. Cada curso combina aulas teóricas e prática em laboratórios equipados.
Quando serão divulgados os resultados finais?
O resultado final está previsto para 4 de dezembro de 2025, após o período de recursos que ocorre nos dias 26 e 27 de novembro.
O que acontece se o candidato for aprovado mas não puder comparecer ao treinamento?
Caso o aprendiz não possa assumir a vaga no início previsto, a empresa mantém o cadastro ativo por até três meses, podendo realocar o candidato em outra unidade ou abrir nova oportunidade, desde que a situação seja justificada e comunicada dentro do prazo estabelecido.
Jeff Thiago
outubro 6, 2025 AT 21:27A iniciativa da Petrobras, ao abrir 113 vagas de aprendiz no Nordeste, reveste-se de múltiplas implicações socioeconômicas. Em primeiro lugar, a ampliação de oportunidades de formação profissional responde a uma demanda estrutural de redução do desemprego juvenil, que se mantém em níveis elevados na região. O programa, criado em 2005, tem sido continuamente ajustado para atender às exigências legais e às expectativas de inclusão social. A alocação de 30% das vagas para jovens negros, indígenas e quilombolas representa um avanço significativo no cumprimento das políticas de ação afirmativa. Além disso, a reserva de 20% das vagas a pessoas com deficiência indica uma preocupação com a diversidade funcional. A parceria com o Senai, ao oferecer cursos técnicos, potencializa a empregabilidade dos aprendizes ao alinhar a formação com as necessidades da indústria petrolífera. No entanto, a escolha de áreas de atuação – como mecânica, eletrotécnica e mecatrônica – pode limitar a diversificação de competências, favorecendo apenas segmentos específicos da cadeia produtiva. A carga horária proposta, de 20 horas semanais, permite compatibilizar estudo e trabalho, porém exige disciplina e apoio familiar. O salário mínimo integral, aliado a benefícios como vale‑transporte e 13º salário, oferece segurança financeira ao jovem aprendiz. Ainda assim, a efetividade da política depende de um acompanhamento pós‑formação, que deve incluir mentoria e oportunidades de efetivação. Dados recentes apontam que cerca de 40% dos aprendizes permanecem na Petrobras após o contrato, indicando potencial de retenção de talentos. A cota de 15% para adolescentes que tenham trabalhado como criança ou em situação análoga à escravidão demonstra sensibilidade às vulnerabilidades históricas. A comunicação oficial, porém, carece de transparência quanto aos critérios de seleção e ao processo de recursos, o que pode gerar insegurança entre os candidatos. Em resumo, a abertura de 113 vagas no Nordeste constitui um passo positivo, mas sua eficácia dependerá da execução rigorosa das etapas de seleção, formação e acompanhamento, bem como da capacidade da empresa em integrar esses jovens ao seu quadro funcional a longo prazo.