BMW tenta barrar venda de carros recuperados do incêndio no navio Fremantle Highway

Postado por Luciana Macedo
Comentários (18)
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BMW tenta barrar venda de carros recuperados do incêndio no navio Fremantle Highway

Navio pega fogo com quase 3.000 veículos e gera impasse à BMW

Em julho de 2023, um desastre no mar chamou atenção do mundo automotivo: o cargueiro Fremantle Highway, de bandeira panamenha, pegou fogo enquanto transportava cerca de 3.000 carros de luxo, entre BMWs, Mercedes-Benzes e outros modelos sofisticados, rumo a Singapura. O caminho previa uma parada no famoso Porto Said, no Egito, mas a viagem nunca chegou ao fim. Um tripulante morreu e outros ficaram feridos durante o caos do incêndio, que rapidamente destruiu boa parte do que estava a bordo.

Após dias de fumaça e apreensão, as operações de resgate só terminaram mesmo em setembro, num esforço enorme de várias empresas para retirar os 3.784 carros do navio — incluindo 498 veículos elétricos ou híbridos. Modelos menos afetados e movidos a gasolina ainda conseguiram sair rodando por conta própria das entranhas queimadas do navio. Já os demais, gravemente danificados — principalmente elétricos, por questão de segurança — precisaram ser retirados com guindastes. Todo o lote foi lavado, tentando reduzir os resíduos do incêndio que grudaram até nos para-brisas.

BMW fecha o cerco: preocupação com imagem e destino incerto dos veículos

Mesmo depois de tanto trabalho, o destino dos veículos virou motivo de embate. Um consórcio, cujo nome não foi divulgado, tentou vender os carros como sucata de luxo. Mas aí a BMW entrou pesado no jogo, buscando na Justiça o bloqueio dessa venda. O motivo? Proteger a reputação da montadora, já que existe a preocupação de que carros que, mesmo danificados por fogo, cheguem ao mercado — seja para revenda de peças, seja para uso, carregando o prestígio da marca alemã manchado.

Quando se trata de carros de luxo, tudo pesa. Para marcas como BMW, a ideia de um veículo que passou por um incêndio, mesmo recuperado ou reconstruído, rodando por aí com seu logotipo é motivo de dor de cabeça. Clientes exigem padrão e segurança, características fundamentais para quem paga caro por tecnologia e design alemães.

A polêmica envolvendo o Fremantle Highway lembra muito o caso do navio Felicity Ace, queimado em 2022 enquanto levava 4.000 carros da Volkswagen, incluindo Lamborghinis e Porsches, que acabaram naufragando — e sumindo no fundo do Atlântico. No caso recente, ao menos parte do “tesouro automotivo” foi salva, mas virou o centro de uma verdadeira batalha sobre o que fazer com carros de luxo condenados pelo fogo.

Sobre a origem do incêndio, os investigadores ainda quebram a cabeça, mas já descartaram a possibilidade dos famosos problemas com baterias de veículos elétricos como foco das chamas. Para os juristas, consumidores e entusiastas, fica o suspense: será que devemos permitir carros assim voltarem ao mercado, mesmo como simples estoque de peças?

18 Comentários

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    Victor Degan

    junho 8, 2025 AT 07:05

    Essa história do navio é tipo um filme de terror, mas real. Carros de luxo queimados, gente morrendo, e agora a BMW quer esconder tudo como se fosse um segredo de estado. E se os carros deram sorte de sobreviver? E se alguém consertar e usar com segurança? A marca não pode decidir por todo mundo o que é seguro ou não. Isso é paternidade autoritária automotiva.

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    Mara Pedroso

    junho 8, 2025 AT 22:04

    Alguém acha que o fogo foi mesmo acidente? 😏 Tinha 3 mil carros a bordo, e só os elétricos queimaram mais? Coincidência? Não. As baterias não foram a causa... mas quem disse que não foram usadas como desculpa? A indústria quer esconder que os carros a gasolina também são perigosos. E a BMW? Ela tá protegendo o lucro, não a segurança. 🕵️‍♀️🔥

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    Guilherme Barbosa

    junho 9, 2025 AT 07:16

    Essa BMW tá agindo como se fosse a polícia do carro de luxo. Mas e se os carros forem desmontados e as peças forem reutilizadas? Aí não é mais um carro BMW, é um monte de peças BMW. A marca não pode controlar o que fazem com o que já saiu da fábrica. Isso é fascismo industrial. Eles querem que a gente esqueça que carros são coisas, não deuses.

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    Fabrício Cavalcante Mota

    junho 9, 2025 AT 17:07

    Brasil tá vendo isso e ainda quer importar carro alemão? A BMW tá fazendo o certo. Se o carro passou por fogo, é lixo. Ponto. Não adianta lavar, secar, polir. O DNA do fogo entra no aço, na eletrônica, na alma do veículo. Eles não estão protegendo a marca - estão protegendo o povo brasileiro de se enganar com lixo caro.

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    Joseph Etuk

    junho 10, 2025 AT 07:16

    Então a BMW tá botando o pé em cima de um monte de carros que nem sabemos se vão virar peças ou carroça. Enquanto isso, eu tô aqui com meu Gol de 2008 que já foi em 3 acidentes e ainda liga. 🤷‍♂️

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    Dárcy Oliveira

    junho 11, 2025 AT 12:10

    Se a BMW não quer que esses carros voltem ao mercado, que compre tudo e mande para o lixo. Mas não pode impedir que outras pessoas tentem dar uma segunda chance. Isso não é proteção, é egoísmo disfarçado de ética. Carro é coisa, não criança.

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    Leandro Eduardo Moreira Junior

    junho 11, 2025 AT 23:00

    É imperativo, sob o prisma do direito civil e da responsabilidade objetiva, que a BMW, enquanto fabricante, exerça o direito de impedir a circulação de bens potencialmente perigosos, ainda que parcialmente recuperados, em conformidade com o art. 14 do CDC e os princípios da segurança jurídica e da proteção do consumidor. A imagem da marca é secundária à integridade física da população.

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    jhones mendes silva costa

    junho 13, 2025 AT 19:06

    É uma situação delicada. Por um lado, a BMW tem o direito de proteger sua reputação. Por outro, reciclar peças de veículos danificados é sustentável e econômico. Talvez haja uma solução intermediária: certificação rigorosa, transparência total sobre o histórico e selo de 'reconstruído após incêndio'. Assim, o mercado decide, e não só a montadora.

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    Maria Eduarda

    junho 15, 2025 AT 00:47

    o que é isso de carros q nao podem ser vendidos pq pegaram fogo? se eu consertar e testar e ta tudo bom pq nao vender? a bwm ta com medo de alguem dizer q o carro nao e mais top? mas e se for? e se for melhor que novo? eu quero um carro com historia

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    diana cunha

    junho 16, 2025 AT 06:08

    Eu tenho um amigo que comprou um carro que foi submerso na enchente de 2020. Funciona perfeito. Só tem um cheiro de mofo que dá saudade. Se o fogo não matou o carro, por que a BMW mata a chance dele? 🤔

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    Luciana Silva do Prado

    junho 18, 2025 AT 02:40

    Essa BMW está protegendo a nobreza do automobilismo. Carros de luxo não são mercadorias. São obras de arte. E obras de arte que passaram por fogo? Viram lixo. Não se restaura uma pintura de Rembrandt depois que ela queimou. O mesmo vale para um i8. O fogo não é um acidente - é uma profanação.

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    MARIA MORALES

    junho 19, 2025 AT 18:34

    É uma farsa. A BMW não se importa com segurança. Ela se importa com o preço das peças de reposição. Se esses carros voltarem ao mercado como sucata, o valor das peças originais cai. Isso é economia, não ética. Eles estão protegendo o lucro, não a vida. E o pior: estão usando o discurso da segurança como capa para o capitalismo mais puro.

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    Lucas Yanik

    junho 21, 2025 AT 00:45

    Se a BMW não quer os carros ela que compre e jogue no mar. Mas não pode impedir. Isso é ditadura. Fogo é fogo. Carro é carro. Fim.

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    Rodrigo Fachiani

    junho 21, 2025 AT 02:59

    Essa história é trágica. Mas não por causa do fogo. É trágica porque a humanidade ainda acha que um carro pode ser mais importante que uma vida. Um tripulante morreu. E a gente discute se um i8 pode ser consertado. Nossa prioridade tá errada. O fogo não destruiu carros. Ele expôs nossa loucura.

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    Regina Queiroz

    junho 21, 2025 AT 08:25

    Então a BMW tá fazendo o papel da polícia automotiva. Enquanto isso, no Brasil, alguém tá vendendo Fusca de 1970 com o motor de 2000 e ninguém reclama. Mas se um BMW queimou, é crime? É só porque é caro? 😏

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    Wanderson Rodrigues Nunes

    junho 21, 2025 AT 09:33

    Na Ásia, carros queimados são consertados e vendidos como 'reconditioned' - e ninguém perde a fé na marca. Por que aqui é diferente? Será que é porque a gente quer achar que o luxo é algo sagrado, e não um produto? A BMW está vivendo no passado. O futuro é reuso, não exclusividade.

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    Valdir Costa

    junho 21, 2025 AT 21:17

    carro q pegou fogo e voltou a rodar? isso é como vender um pao q caiu no chao e voce limpou com a mao. pode comer mas tu sabe que ta com merda por dentro. a bwm ta certa. n tem como confiar. e se a bateria explodir na estrada? e se o freio der ruim? e se o motor der problema depois de 3 meses? isso é pedir pra morrer

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    Victor Degan

    junho 23, 2025 AT 18:56

    Se o carro foi testado, certificado, e o mecânico diz que tá seguro, por que a BMW tem o direito de dizer não? Eles não são donos da verdade. São só uma empresa. Se eu quero comprar um carro que já foi fogo e consertei ele, isso é minha escolha. Não é deles. Eles não são Deus do automóvel.

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