Relíquia de Padre Pio chega à Basílica da Penha em Recife

Postado por Luciana Macedo
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24
set
Relíquia de Padre Pio chega à Basílica da Penha em Recife

A Basílica da Penha, localizada no bairro São José, recebeu nesta sexta‑feira, 7 de março de 2025, a maior relíquia de Padre Pio que se conhece no Brasil. Trata‑se de uma luva de lã que o frade capuchinho usava para cobrir as feridas das suas estigmas – as marcas que, segundo a tradição, ele carregou por cinquenta anos, imitando as chagas de Cristo.

Sobre a relíquia e sua história

A luva foi trazida de um convento na Irlanda, onde estava guardada desde a última década do século passado. Na manhã da cerimônia, representantes da Basílica organizaram uma coletiva de imprensa às 9h30, seguida de missas nas quais a peça foi exposta ao altar da celebração eucarística. A comunidade católica local pôde tocar a luva, ouvir a história de Padre Pio e rezar diante do objeto, que, para os fiéis, é um canal de graça.

Padre Pio, nascido como Francesco Forgione na pequena cidade de Pietrelcina, na Itália, em 1887, entrou para a ordem franciscana capuchinha e recebeu o nome de Padre Pio em homenagem ao Papa Pio V. Desde 1918 ele começou a manifestar as estigmas – feridas nas mãos, pés e lado que sangravam periodicamente. Sua fama se espalhou pelo mundo: confessor incansável, amante da Eucaristia e defensor da confissão, ele foi canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002.

A tradição católica considera as relíquias – restos mortais ou objetos usados pelos santos – como sinais tangíveis da presença divina na história. Elas estimulam a devoção popular, pois ao venerá‑las os crentes sentem-se mais próximos da santidade e, consequentemente, de Deus. No caso da luva, a importância vai além do aspecto físico; ela simboliza o sacrifício e a entrega total de Padre Pio ao sofrimento de Cristo.

Impacto para a comunidade e a Basílica

Impacto para a comunidade e a Basílica

A chegada da relíquia caiu no mesmo momento em que a Basílica da Penha lança a campanha de restauração intitulada "Casa de Deus, casa do povo, refúgio de misericórdia e esperança". O projeto visa recuperar tetos, vitrais e o piso histórico, tornando o templo mais acolhedor para peregrinos, fiéis locais e turistas. A presença da luva fortalece essa iniciativa, pois eleva ainda mais o perfil da igreja como ponto de peregrinação.

Além da tradicional bênção de São Félix nas sextas‑feiras, a Basílica já oferece missas diárias, confissões e momentos de adoração ao Santíssimo. Com a relíquia, a programação inclui visitas guiadas ao presbitério, onde a luva está exposta ao lado do altar da Eucaristia. Os horários de visita são de terça a sexta, durante o expediente, e aos domingos das 8h às 9h, permitindo que quem trabalha ainda possa participar.

Os devotos relataram sentimentos de paz e conforto ao se aproximarem da luva. Maria, 58 anos, moradora de Recife, contou que sentiu “uma leveza inexplicável” ao rezar diante da peça. Já João, estudante de 22 anos, explicou que a relíquia reforça sua decisão de entrar para o seminário, pois vê em Padre Pio um modelo de entrega total a Deus.

O evento também atraiu a atenção da mídia local e nacional. Reportagens destacaram a importância da peça para o catolicismo brasileiro e a oportunidade de fortalecer a fé num país que ainda registra crescimento de movimentos religiosos.

Com a relíquia agora sob a guarda permanente da Basílica da Penha, espera‑se que Recife se torne um novo polo de peregrinação, ao lado de outros destinos marianos e de santos no Brasil. O templo, já conhecido por sua arquitetura marcante e pela devoção a São Félix, ganha agora um elemento adicional de história viva, capaz de inspirar gerações que buscam respostas espirituais num mundo cada vez mais turbulento.