Um empate em 1 a 1 que pode definir o futuro de dois clubes. O Santos FC e o Fortaleza EC se enfrentaram em um clima de final de Copa do Mundo no Vila Belmiro, em Santos, no sábado, 1º de novembro de 2025, e saíram com apenas um ponto cada — o suficiente para deixar os torcedores de ambos os lados com o coração na mão. A partida, válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A 2025, foi mais do que um jogo: foi uma batalha por sobrevivência. Com apenas oito rodadas restantes, os dois times, atualmente entre os quatro últimos colocados, sabem que cada ponto pode ser o que os mantém na elite ou os lança para a Série B.
Um empate que pesa como uma derrota
O gol do Santos foi marcado por Lucas Braga, aos 22 minutos do segundo tempo, em cobrança de falta direta que desviou na barreira e enganou o goleiro Zé Carlos. O Fortaleza empatou aos 38, com Wesley, que aproveitou um erro de marcação da zaga santista e finalizou com frieza. Nada mais justo, talvez, para um jogo em que as oportunidades foram quase iguais — 12 chutes a gol para cada lado, segundo dados da CBF. Mas o que mais chamou atenção foi a pressão. A torcida do Santos, mesmo com o estádio com apenas 78% da capacidade, gritou como se fosse o último jogo da temporada. No outro lado, os torcedores do Fortaleza, que viajaram em grande número, fizeram um coro que ecoou por toda a Vila Belmiro. “Foi como se o mundo estivesse em jogo”, disse um fanático de 68 anos, que não perde um jogo do Peixe desde 1972.
As vozes que acompanharam cada lance
A transmissão foi marcada pela intensidade dos comentaristas. Na Jovem Pan Esportes, Fausto Favara descreveu o empate como “o tipo de resultado que não mata, mas deixa sangrando”. Já na Rádio Energia 97, Cadu Santos e Ademir Quintino analisaram a pressão psicológica sobre os jogadores: “Quando você joga com o rebaixamento na cabeça, o corpo trava. O que falta não é técnica, é coragem”. A transmissão ao vivo da plataforma VARANDA bateu recorde: 265 mil visualizações em tempo real — um número surpreendente para uma transmissão independente. Curiosamente, os hashtags #neymar e #santos apareceram em mais de 40% dos comentários, mesmo sem o ex-jogador estar envolvido. A conexão é emocional: Neymar é o último grande símbolo da glória santista, e sua ausência hoje só reforça o peso da responsabilidade sobre os jogadores atuais.
As estatísticas que não mentem
- Santos FC: 35 pontos, 17º lugar — 3 pontos acima da zona de rebaixamento
- Fortaleza EC: 34 pontos, 18º lugar — 2 pontos atrás do Santos
- Últimos 5 jogos do Santos: 1 vitória, 2 empates, 2 derrotas
- Últimos 5 jogos do Fortaleza: 0 vitórias, 3 empates, 2 derrotas
- Última vitória do Fortaleza fora de casa: 12 de setembro, contra o Ceará
A situação é ainda mais delicada para o Fortaleza, que não vence fora de casa desde o início de outubro. Já o Santos, apesar de ter mais pontos, não tem confiança: seus últimos três jogos em casa terminaram em empates. “Nós não precisamos de milagres. Precisamos de consistência”, disse o técnico Marcelo Oliveira após o jogo. “Se continuarmos assim, vamos precisar de um milagre mesmo.”
Os próximos desafios: o calendário que pode salvar ou matar
As próximas oito rodadas são um pesadelo programado. O Santos enfrenta o Corinthians (em casa, em 8 de novembro), o Fluminense (fora, em 15), o Grêmio (em casa, em 22) e o Atlético Mineiro (fora, em 29). O Fortaleza tem um calendário ainda mais difícil: visita o Palmeiras (8), recebe o Botafogo (15), enfrenta o São Paulo (22) e fecha com o Ceará (29), em Fortaleza. “Se perdermos para o Palmeiras, o rebaixamento vira uma questão de tempo”, admitiu o zagueiro Matheus Sávio, do Fortaleza. “Não temos mais margem para erros.”
Por que isso importa para o futebol brasileiro
Essa luta não é só dos dois clubes. É um reflexo do que acontece com o futebol brasileiro nos últimos anos: clubes históricos, com torcidas gigantes e tradição, se arrastando na luta para não cair. O Santos, campeão mundial em 1962 e 1963, com Pelé, hoje luta para manter seu elenco. O Fortaleza, que chegou à Libertadores em 2021, agora tem que se reencontrar. O que está em jogo não é só o nome do clube, mas a identidade de cidades inteiras. Em Santos, o futebol é parte da cultura. Em Fortaleza, é quase religião. Se um deles cair, o impacto será sentido por gerações.
O que vem a seguir
A próxima rodada, em 8 de novembro, será decisiva. O Corinthians, que está na zona de classificação para a Libertadores, não pode perder. E o Santos? Precisa vencer — e não apenas vencer, mas convencer. Se perder, a pressão aumenta. Se empatar, a torcida começa a questionar. O mesmo vale para o Fortaleza, que enfrenta o Palmeiras no Allianz Parque. Um empate lá pode ser um milagre. Uma derrota, um sinal de que o fim está próximo. O que está claro é que o Brasileirão 2025 não termina em dezembro. Ele termina quando um dos dois clubes, finalmente, respirar.
Frequently Asked Questions
Como está a situação de rebaixamento no Brasileirão 2025 após o empate entre Santos e Fortaleza?
Após o empate, Santos (35 pontos) ocupa o 17º lugar, apenas 1 ponto à frente do Fortaleza (34 pontos), que está em 18º. Os quatro últimos colocados são rebaixados, e os times entre 17º e 20º estão em risco direto. O 16º colocado, Cuiabá, tem 38 pontos — o que significa que o Santos e o Fortaleza precisam de pelo menos três vitórias para se manterem seguros, considerando o ritmo dos adversários.
Por que a transmissão da VARANDA teve tantos visualizações?
A VARANDA, plataforma independente, atraiu 265 mil visualizações por oferecer uma narrativa mais emocional e menos comercial, com comentários em português coloquial e foco nos torcedores. O uso de hashtags como #neymar, embora não relacionado ao jogo, gerou engajamento por nostalgia — muitos torcedores do Santos ainda associam o clube à era de Neymar, e isso criou um movimento viral de lembrança e identificação.
Qual é o histórico de confrontos entre Santos e Fortaleza na Série A?
Nas últimas 10 partidas entre os dois na Série A, o Santos venceu 4, o Fortaleza venceu 2 e houve 4 empates. O último jogo antes deste foi em abril de 2024, no Castelão, que terminou 0 a 0. Historicamente, o Santos tem vantagem em casa — 3 vitórias em 5 jogos no Vila Belmiro nos últimos cinco anos. Mas fora, o Fortaleza tem se mostrado mais resistente, com 3 empates em 5 jogos.
O que acontece se o Santos for rebaixado?
Se o Santos for rebaixado, será a primeira vez desde 1975 que o clube não joga na Série A. Isso desencadearia uma crise financeira e institucional: a perda de patrocínios pode chegar a R$ 200 milhões por ano, e a venda de jogadores se tornaria inevitável. Além disso, o Vila Belmiro, que já está em processo de modernização, pode enfrentar dificuldades para manter os investimentos. A torcida, que chegou a 40 mil pessoas em jogos importantes, pode diminuir drasticamente.
O Fortaleza já sofreu rebaixamento antes?
Sim. O Fortaleza foi rebaixado pela última vez em 2005, após 14 anos na elite. Voltou em 2012, mas só se consolidou como time de elite a partir de 2020. Em 2021, chegou à semifinal da Copa Libertadores — um feito inédito. Por isso, o rebaixamento agora seria ainda mais doloroso: significaria o fim de um ciclo de crescimento que começou com a gestão de Marcelo Teixeira e o investimento em infraestrutura e base.
Quem são os principais rivais dos dois clubes na luta contra o rebaixamento?
Além de Santos e Fortaleza, os principais ameaçados são Cuiabá (16º, 38 pontos), Chapecoense (19º, 31 pontos) e Sport (20º, 30 pontos). Cuiabá tem um jogo fácil contra o Juventude, mas enfrenta o Flamengo e o São Paulo. Chapecoense, que não tem jogadores de alto nível, depende de erros alheios. O Sport, por sua vez, tem um elenco desgastado e treinador em crise. O rebaixamento pode acabar em um dos quatro, mas a pressão é maior sobre Santos e Fortaleza por causa da tradição.
