Prevenção ao suicídio: passos simples para salvar vidas

Falar de suicídio ainda é um tabu, mas quem entende o assunto sabe que conversar pode mudar tudo. Se você percebeu que alguém está passando por um momento difícil, não precisa ser um especialista para ajudar. Bastam alguns sinais, atitudes e recursos certos para fazer a diferença.

Sinais de alerta que você não pode ignorar

Nem sempre a pessoa fala diretamente sobre querer acabar com a vida. Muitas vezes, ela deixa pistas em atitudes ou palavras. Fique atento a mudanças bruscas de humor, isolamento repentino, perda de interesse por coisas que antes gostava, ou ainda dizer coisas como "não aguento mais" ou "não faz sentido viver". Outro indício são comportamentos de risco, como consumo excessivo de álcool ou drogas, abandono de compromissos importantes e gestos de despedida (e-mails, mensagens, objetos de valor).

É comum que quem pensa em suicídio deixe mensagens nas redes sociais ou envie mensagens de texto. Não subestime nenhum comentário que pareça "eu não sei mais o que fazer". Se o sinal aparecer, leve a sério.

Como agir e onde buscar ajuda

Quando perceber um sinal, não hesite. Primeiro, ofereça presença: um "Estou aqui para você" costuma abrir portas. Ouça sem julgar e sem tentar resolver tudo na hora. Evite frases como "isso vai passar" ou "pensa positivo", que podem soar insensíveis. Mostre que você se importa e que a pessoa não está sozinha.

Se a situação parecer urgente – a pessoa fala de um plano concreto, tem meios para executá‑lo ou parece estar em risco imediato – ligue para o serviço de emergência (190) ou procure o hospital mais próximo. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) atende 24h pelo número 188 e tem chat online.

Para casos menos críticos, encaminhe a pessoa a um psicólogo ou psiquiatra. Muitas cidades têm unidades de saúde mental gratuitas ou com custo baixo. O SUS oferece o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), que aceita encaminhamento de qualquer médico ou mesmo por iniciativa própria.

Além do apoio profissional, incentive a busca por grupos de apoio. Conversar com quem já passou por situações semelhantes pode aliviar a sensação de isolamento. O próprio CVV disponibiliza voluntários para conversar por telefone ou chat, o que ajuda a pessoa a se sentir ouvida.

Cuide também de você. Ajudar alguém em sofrimento pode gerar desgaste emocional. Reserve um tempo para descansar, converse com amigos ou procure apoio se sentir que precisa.

Prevenir suicídio não é tarefa de um só, é um esforço coletivo. Quando cada um de nós ficar atento aos sinais, oferecer um ouvido atento e apontar os recursos corretos, aumentamos muito as chances de alguém encontrar uma saída saudável. Lembre‑se: um gesto simples pode salvar uma vida.

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set
Setembro Amarelo: A Importância da Prevenção ao Suicídio no Brasil e no Mundo

Setembro Amarelo é um mês de conscientização e prevenção ao suicídio, celebrado em mais de 170 países. Iniciada no Brasil em 2015, a campanha visa reduzir o estigma e incentivar a busca por ajuda. O dia 10 de setembro, Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, é uma data chave. A campanha é apoiada por entidades como a ABP e o CFM.

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