Debora Bloch Revoluciona Odete Roitman em 'Vale Tudo' e Ganha Apoio do Público

Postado por Luciana Macedo
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Debora Bloch Revoluciona Odete Roitman em 'Vale Tudo' e Ganha Apoio do Público

Odete Roitman: de vilã a símbolo de sinceridade no remake de 'Vale Tudo'

Debora Bloch colocou Odete Roitman em outro patamar na versão 2025 de Vale Tudo. A personagem entrou em cena no final de abril e, com poucas falas afiadas, bagunçou o imaginário de quem acompanhou a novela clássica de 1988. Se, na época de Beatriz Segall, Odete era sinônimo de antagonista impiedosa, hoje Bloch apresenta alguém que gera identificação e até certa simpatia.

A grande virada veio logo na primeira briga com Heleninha Roitman, vivida por Paolla Oliveira. A cena viralizou: Heleninha, visivelmente alterada, tentava proteger sua tia Celina em meio a uma discussão sobre a troca de móveis. Odete, sem paciência, partiu para o ataque com frases cortantes — e reais. Ela encarou a filha, jogou na cara a dependência financeira e o fracasso profissional, sem rodeios: 'Você tá aqui bebendo às minhas custas, pagando clínica com meu dinheiro. Até hoje não vendeu um quadro.'

Foi o suficiente para transformar o clima nas redes sociais. Ao invés da vontade de detestar a antagonista, muita gente passou a defender a Odete Roitman de Bloch. Usuários do X (antigo Twitter) levantaram discussões comparando a personagem à própria realidade brasileira. Um escreveu: 'O povo odeia ela porque ela quer que os filhos larguem de ser folgados.' Outro já alertou: 'Vilão, pra mim, é quem é cruel sem motivo. Odete tá só falando a real.'

Da vilania clássica ao debate moderno sobre privilégio e responsabilidade

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Essa reação é muito diferente da que aconteceu na década de 80. Na época, Beatriz Segall conquistou a aversão do público com uma Odete fria e manipuladora, impossível de defender. Mas a versão 2025 carrega o peso das discussões atuais sobre privilégios familiares, o famoso "nepotismo" e a cobrança por responsabilidade pessoal.

Enquanto o Brasil de 1988 enxergava como vilania cobrar dos filhos e expor suas fragilidades, hoje em dia muitos veem nisso só um retrato sincero das famílias ricas. Bloch mistura dureza e senso prático — e isso mexe com quem cansou de ver filhos perdidos e adultos sem rumo nos bastidores das tramas.

A personagem virou espelho de discussões modernas, principalmente com memes e threads no X explorando o tema dos "herdeiros" sem rumo e o papel dos pais nesse eterno ciclo de dependência. Não foi só atuação: é o script atualizado com um olhar crítico sobre o país e sobre uma elite que aparece cada vez mais nas manchetes.

  • Debora Bloch imprimiu marca pessoal no papel, equilibrando sarcasmo com um fundo de verdade que ressoa com discussões cotidianas.
  • As cenas com Paolla Oliveira (Heleninha) mostraram que, no remake, nem todo antagonista é 100% vilão.
  • As redes sociais tornaram a Odete Roitman de 2025 muito mais complexa: amada por uns, criticada por outros — mas nunca ignorada.

O remake de Vale Tudo aproveitou para jogar luz sobre temas atuais em pleno horário nobre, apostando na força da personagem para reacender velhos debates sob um novo ângulo. E, ao que tudo indica, Odete Roitman nunca foi tão relevante quanto agora.

7 Comentários

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    Uriel Castellanos

    maio 3, 2025 AT 01:33
    Odete tá falando a verdade que todo mundo cala a boca pra dizer. Meu tio tem 45 anos e ainda vive da herança, e ninguém ousa falar nada. Ela é o espelho que a gente não quer encarar.

    👏
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    Thays Castro

    maio 4, 2025 AT 05:34
    A personagem, embora apresentada sob uma lente aparentemente empática, revela uma estrutura narrativa profundamente problemática, uma vez que naturaliza a violência simbólica exercida por sujeitos de classe hegemônica sob o disfarce de 'realismo'. A crítica ao nepotismo, nesse contexto, torna-se um dispositivo ideológico que desloca a responsabilidade estrutural para a esfera individual.
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    Pra QUE

    maio 5, 2025 AT 04:10
    Se todo mundo tivesse uma Odete na vida, talvez a gente não tivesse tanta gente adulta vivendo de bico e reclamando que o mundo é injusto. Ela tá só fazendo o que todo pai de verdade deveria fazer: botar pra fora.
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    Robson Batista Silva

    maio 5, 2025 AT 12:34
    Vocês não veem que isso é uma manipulação pós-moderna? A Globo tá usando o discurso da 'verdade' pra esconder o fato de que ela é uma matriarca capitalista que reforça a hierarquia familiar como se fosse natural. Odete não é realista, ela é um produto de marketing pra gente achar que o abuso é amor. A gente esquece que ela tem um império de dinheiro sujo e ainda quer ser a heroína? Sério? A sociedade tá tão desesperada que tá transformando opressora em ícone? Isso é o fim da crítica, meu amigo. Isso é o capitalismo te convencendo que sua escravidão é um serviço.
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    Mateus Furtado

    maio 7, 2025 AT 06:19
    O que tá rolando aqui é uma redefinição do conceito de vilão na era da accountability. Odete não é má, ela é a única que não está jogando o jogo da hipocrisia. Enquanto todo mundo finge que o filho de 30 anos que nunca trabalhou é 'artista', ela tá lá com a conta no colo e a verdade na boca. Isso é radical. Isso é corajoso. Isso é o que falta no Brasil: gente que não tem medo de dizer que o rei tá nu. E se isso te incomoda, talvez você seja o filho que tá bebendo nas minhas custas.
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    Ênio Holanda

    maio 8, 2025 AT 08:06
    A dinâmica entre Heleninha e Odete é um case de estudo em psicologia familiar. A dependência emocional e financeira é o cerne do conflito. A personagem de Bloch opera como um sistema de feedback negativo em um ecossistema de codependência. É terapêutico ver isso em horário nobre.
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    Wagner Langer

    maio 9, 2025 AT 02:22
    E se... e se Odete não for só uma personagem? E se ela for um agente de uma rede oculta que usa novelas pra programar a mente coletiva? Tudo isso... os memes, os debates, o apoio... será que não é uma operação de psicologia de massa? A Globo não tá só fazendo novela... tá moldando a consciência. E vocês estão caindo na armadilha. Ela não é real. Ela é um sinal. Um sinal de que alguém quer que a gente acredite que a opressão é amor. Pensem. Pensem de novo. O que vocês realmente sabem sobre quem escreveu esse roteiro?

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