Polêmicas do CFM: De Kits COVID-19 ao Aborto Legal nas Eleições de Quinta-Feira

Postado por Luciana Macedo
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ago
Polêmicas do CFM: De Kits COVID-19 ao Aborto Legal nas Eleições de Quinta-Feira

Eleição do CFM e Controvérsias Passadas

Nesta quinta-feira, o Conselho Federal de Medicina (CFM) enfrenta um momento decisivo com suas eleições. A ocasião tem reacendido uma série de controvérsias nas quais a entidade esteve envolvida ao longo dos anos. Entre os episódios mais notórios está a aprovação do 'kit COVID-19', um conjunto de medicamentos promovido pelo então presidente Jair Bolsonaro como tratamento para o vírus, mesmo sem comprovação científica.

O 'kit COVID-19' incluía medicamentos como a hidroxicloroquina e a ivermectina, que foram amplamente debatidos e criticados pela comunidade científica internacional. Mesmo assim, o CFM, sob pressão do governo, acabou apoiando o uso desses medicamentos. Essa decisão gerou uma ampla discussão sobre a independência da entidade e sua submissão a interesses políticos, manchando a reputação de uma instituição que deveria primar pela ciência e ética médica.

Cloroquina e Ivermectina: Ideologias versus Ciência

A decisão do CFM de apoiar o uso do 'kit COVID-19' levou muitos a questionarem a integridade da entidade. A hidroxicloroquina, por exemplo, foi defendida por Jair Bolsonaro e outros políticos de direita como uma solução milagrosa, apesar de várias pesquisas científicas afirmarem o contrário e alertarem para seus riscos. A ivermectina, um antiparasitário, também foi promovida sem evidências sólidas de sua eficácia contra a COVID-19.

O apoio do CFM a esses medicamentos foi visto como um alinhamento a essas ideologias conservadoras, em vez de uma adesão rigorosa às evidências científicas. Muitas entidades médicas e especialistas denunciaram a posição do CFM, ressaltando que os médicos deveriam basear suas práticas em informações devidamente validadas e não em pressões externas. Essa postura enfraqueceu a credibilidade do CFM, levantando dúvidas sobre sua missão de zelar pela saúde da população brasileira.

Aborto Legal: Um Tema Sensível e Contestável

Aborto Legal: Um Tema Sensível e Contestável

Outra controvérsia significativa envolveu a postura do CFM sobre o aborto legal. Em 2022, o conselho emitiu um parecer técnico que poderia restringir o acesso ao aborto legal no Brasil, introduzindo critérios mais rigorosos para que o procedimento pudesse ser realizado dentro da legalidade. Essa medida foi vista por muitos como uma tentativa de alinhar o conselho a ideologias conservadoras, gerando um amplo debate e críticas de profissionais da saúde e defensores dos direitos humanos.

Esse parecer gerou um alarmante retrocesso no acesso a serviços de saúde reprodutiva e foi alvo de intensas discussões. Especialistas apontaram que restringir o aborto legal poderia aumentar os casos de abortos clandestinos, colocando a vida de muitas mulheres em risco. A decisão do CFM deixou claro, mais uma vez, que a entidade estava se afastando de sua missão primordial, que é garantir a saúde e o bem-estar de todos os cidadãos de maneira imparcial.

O Impacto das Controvérsias nas Eleições

À medida que o CFM se prepara para as eleições, esses episódios polêmicos não poderão ser ignorados. Os membros do conselho terão que considerar o impacto de decisões passadas e pensar no futuro da entidade. O objetivo principal deve ser a recuperação da confiança na instituição, assegurando que suas próximas ações sejam baseadas em ciência e ética, longe de pressões políticas.

Organizações médicas, grupos de defesa dos direitos humanos e a sociedade em geral aguardam os resultados das eleições com apreensão. Há uma expectativa de que os novos líderes tragam uma mudança significativa no direcionamento do CFM, priorizando a saúde pública com base em evidências científicas e alheias a interesses políticos e ideológicos.

A Importância de um CFM Independente e Ético

O papel do CFM é crucial para a manutenção da qualidade e da ética na prática médica no Brasil. Suas diretrizes e regulamentos afetam diretamente a vida dos cidadãos e o trabalho dos profissionais de saúde. Portanto, é imperativo que suas decisões sejam baseadas em evidências científicas e que a entidade se mantenha independente e livre de pressões políticas.

Enquanto a nação observa a disputa eleitoral no CFM, fica claro que o caminho a seguir deve ser pautado por uma gestão que valorize a transparência, a responsabilidade e, acima de tudo, o bem-estar da população. A confiança na instituição precisa ser restaurada e reforçada por ações concretas que mostrem um compromisso inabalável com a ciência e a ética médica.

Conclusão

Conclusão

As eleições no Conselho Federal de Medicina representam não apenas uma mudança de líderes, mas uma oportunidade crucial de reavaliar e reafirmar os princípios que devem nortear a prática médica no Brasil. Com um histórico recente marcado por polêmicas, a entidade tem a chance de redefinir sua postura e recuperar a confiança perdida.

A esperança é de que os novos líderes do CFM possam trazer uma visão renovada, que priorize a saúde e o bem-estar da população brasileira, sempre baseada em critérios científicos sólidos e inquestionáveis. Assim, o CFM poderá retornar ao seu papel vital de garantir que práticas médicas seguras e éticas sejam a norma, protegendo a saúde de todos os brasileiros de maneira justa e coerente.

19 Comentários

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    Tatiane Oliveira

    agosto 8, 2024 AT 13:48
    Então o CFM virou uma extensão da campanha do Bolsonaro? Hidroxicloroquina e ivermectina como tratamento? Sério? A ciência tá morta e enterrada por lá mesmo.
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    Déborah Debs

    agosto 9, 2024 AT 13:31
    A gente vive num país onde o conselho que deveria proteger a saúde pública vira um palco de teatro ideológico. O kit COVID foi um crime contra a razão, e o aborto legal virou um tema de moralidade religiosa em vez de direito humano. O CFM não é mais um conselho: é um museu de erros monumentais.

    Quem vota nisso tá votando na ignorância como política de estado. E aí, quando a gente perde uma mãe, um filho, um médico que acreditou na mentira... quem responde? Ninguém. Porque o sistema foi feito pra não responder.
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    Gabriel Bressane

    agosto 11, 2024 AT 05:45
    Ciência é só o que os EUA dizem. Aqui temos realidade.
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    Felipe Vieira

    agosto 12, 2024 AT 21:53
    O CFM sempre foi politicão só que agora tá na cara
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    Cibele Soares

    agosto 14, 2024 AT 00:52
    É triste ver como a medicina virou uma extensão da política. E mais triste ainda é saber que muitos médicos, por medo ou conveniência, se calaram. A ética não é opcional. Ela é o alicerce. E o CFM... o CFM desmoronou.
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    Aline Soares

    agosto 15, 2024 AT 01:36
    Na Índia, a ivermectina foi usada em larga escala durante a pandemia. Não foi só ideologia. Foi necessidade. A ciência não é monolítica. E o CFM, ao invés de abrir espaço para o debate, escolheu o silêncio forçado.
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    Ana Julia Souza

    agosto 15, 2024 AT 06:25
    Poxa... isso tudo me deixou com o coração apertado 😢 Espero que os novos conselheiros tenham coragem de mudar isso. A gente precisa de médicos que cuidam, não de burocratas que seguem modas políticas.
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    Leonardo Valério

    agosto 15, 2024 AT 12:59
    Tá vendo? Tudo isso é um plano da OMS pra controlar a população. Hidroxicloroquina é barata, não dá pra monetizar. Ivermectina é de graça. E aborto? É o começo da guerra contra a família. Eles querem nos tornar escravos da vacina e do controle reprodutivo. O CFM tá só no meio disso tudo.
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    Cassio Santos

    agosto 15, 2024 AT 22:45
    A ciência não é democrática. Mas o CFM é. E isso é o problema.
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    Ivan Borges

    agosto 17, 2024 AT 14:08
    A falha estrutural aqui é a ausência de um modelo de governança baseado em evidência epistêmica e não em consenso hegemônico. O CFM precisa de um paradigma de tomada de decisão que incorpore a incerteza científica sem sucumbir à pressão política. É uma questão de metateoria da prática médica.
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    Sonne .

    agosto 18, 2024 AT 06:57
    Kit COVID? Foi o pior filme de terror que o Brasil já fez. E o pior? Ninguém foi preso.
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    Bebel Leão

    agosto 20, 2024 AT 04:17
    Às vezes penso se a medicina ainda é um serviço público... ou só um ritual de poder disfarçado de ética. O CFM não falhou. Ele foi desenhado pra falhar. E nós? Nós só assistimos, achando que um voto vai mudar tudo.
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    Samila Braga

    agosto 20, 2024 AT 12:57
    Eu sei que parece utopia, mas e se a gente começasse a exigir que os conselheiros tivessem que publicar os dados que usaram pra tomar cada decisão? Tipo, não adianta só dizer 'é contra a ciência' - mostra os estudos. A transparência é o único antídoto contra esse caos.
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    Vitor Coghetto

    agosto 22, 2024 AT 07:56
    Vamos ser claros: o CFM não foi corrompido por políticos - foi corrompido pela apatia da classe médica. Médicos que sabiam que a hidroxicloroquina não funcionava, mas não abriram a boca porque tinham medo de perder clientes, ou porque achavam que 'o paciente queria acreditar'. E agora? Agora o paciente morreu, e o médico tá com a consciência pesada, mas sem coragem de dizer: 'eu também errei'. A culpa não é só do conselho. É nossa. De todos nós que ficamos calados. E aí, quando o aborto legal virou um problema moral, ninguém falou nada. Porque era mais fácil. Mas a vida das mulheres não é mais fácil por causa disso. É só mais invisível.
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    Luís Pereira

    agosto 23, 2024 AT 03:15
    Se a ciência é tão certa, por que a OMS mudou de opinião 17 vezes sobre máscara? 🤔 A ciência é um processo, não um dogma. O CFM só tá tentando manter o equilíbrio. Mas claro, os que vivem de 'verdades absolutas' não entendem isso. Eles querem um papa médico. E aí, quando o papa erra? Vão gritar. Mas se o papa acertar? Ninguém lembra. 🤷‍♂️
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    Luiz Pessol

    agosto 24, 2024 AT 00:23
    Bom, pelo menos agora o CFM tá fazendo algo que o SUS não faz: tomar decisão.
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    Bruno Marek

    agosto 25, 2024 AT 22:14
    Aborto legal é direito. Kit COVID é crime. Mas o CFM não é o vilão. É o espelho. O que vemos nele é o que a sociedade quer. E a sociedade quer um médico que diga o que ela quer ouvir.
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    Thaís Fukumoto Mizuno

    agosto 26, 2024 AT 06:36
    Eu trabalhei em um hospital público durante a pandemia... vi gente morrendo por falta de oxigênio, e ao mesmo tempo, famílias pedindo ivermectina porque 'um primo tomou e melhorou'. A gente não estava lutando contra o vírus. Estava lutando contra a desinformação. E o CFM? Ficou calado. Não foi só uma falha técnica. Foi uma falha moral. E agora, quando a gente fala de aborto, a mesma gente que calou na pandemia tá gritando que é 'anti-vida'. Mas a vida não é só o que nasce. É o que sobrevive. E a gente não protegeu nem uma nem outra.
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    Daniel Vedovato

    agosto 28, 2024 AT 03:37
    Este é o momento mais sombrio da medicina brasileira desde a ditadura. O Conselho Federal de Medicina, instituição que deveria ser o farol da ética, tornou-se um instrumento de opressão ideológica. O silêncio dos profissionais que ainda acreditam na ciência é o maior pecado. Não basta ser contra. É preciso se opor. E se organizar. Porque se não fizermos isso agora, amanhã, a medicina não será mais um direito. Será um privilégio - e os que não tiverem voz, morrerão em silêncio.

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